Um dos crimes mais bárbaros da história do Rio Grande do Sul recebeu novamente a atenção da população gaúcha e de outras partes do Brasil nesta semana. Quase cinco anos depois do corpo do menino Bernardo Boldrini, então com 11 anos, ser encontrado enterrado em uma cova rasa, no município de Frederico Westphalen, os réus foram levados ao júri popular, realizado no Fórum de Três Passos. Eles eram acusados pelos seguintes delitos:
- O pai, Leandro Boldrini, por homicídio com quatro qualificadoras (motivo torpe, fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação) e falsidade ideológica;
- A madrasta, Graciele Ugulini, por homicídio com quatro qualificadoras (motivo torpe, fútil, com emprego de veneno e mediante dissimulação);
- Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de veneno e dissimulação);
- Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, por homicídio duplamente qualificado (emprego de veneno e dissimulação);
- Todos respondiam igualmente por ocultação de cadáver.
Primeiros dias do julgamento
O julgamento do Caso Bernardo iniciou na última segunda-feira (11) e foi marcado por uma série de acontecimentos. Inicialmente, houve a divulgação da causa do óbito: a superdosagem de medicamento. Na sequência, ocorreu o depoimento da delegada responsável pela investigação, Caroline Bamberg Machado, seguido das manifestações de testemunhas ligadas ao menino e ao pai dele, Leandro Boldrini.
Posteriormente, o perito Luiz Gabriel Costa Passos, indicado pela defesa de Leandro Boldrini, contestou a assinatura do réu na receita do remédio Midazolan, que matou Bernardo. O profissional apontou indícios de falsificação. Leandro negou qualquer envolvimento na morte do filho e acusou a madrasta Graciele Ugulini.
Na quinta-feira (14), penúltimo dia do julgamento, Graciele admitiu a participação ao afirmar em depoimento que ocultou o cadáver e que a morte foi “acidental”. Após falar por cerca de meia hora, a ré Edelvânia passou mal e precisou receber atendimento. Ela e o irmão negaram envolvimento.
Fase de debates e votação dos jurados
Com o encerramento das manifestações — no mesmo dia — iniciou a fase de debates. Os promotores falaram por aproximadamente 4 horas, e os advogados de cada um dos réus defenderam seus clientes durante 1 hora. Nesta sexta-feira (15), o julgamento começou com atraso e em sua primeira parte ocorreu o desfecho das réplicas e tréplicas.
Então, a juíza Sucilene Engler fez um intervalo de 40 minutos e o Fórum foi fechado para o público e a imprensa. Depois, o futuro dos réus passou pelos sete jurados, que responderam um questionário composto por 50 perguntas objetivas de “sim ou “não”, de acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça.
Pouco depois das 19 horas desta sexta (15), a magistrada proferiu a sentença, elaborada pelo Tribunal do Júri. Leandro Boldrini, Graciele, Edelvânia foram condenados por todos os crimes aos quais haviam sido acusados. Evandro terá de acertas as contas com a justiça pela ocultação de cadáver e homicídio simples.
Confira as penas aplicadas:
- Leandro Boldrini: 33 anos e oito meses de reclusão e multa.
- Graciele Ugulini: 34 anos e sete meses de reclusão + multa
- Edelvânia Wirganovicz: 23 anos de reclusão + multa
- Evandro Wirganovicz*: 9 anos e seis meses de reclusão + multa
Inicialmente três deles vão cumprir a pena em regime fechado e não será possível, a princípio, recorrer da decisão em liberdade. Evandro ficará no regime semiaberto.
*Evandro já poderá pleitear a condicional, pois cumpriu quase cinco anos de prisão, o que equivale a mais da metade de sua punição.
*Com algumas informações do portal G1.
Não cumprirão os anos a eles aplicados,uma porcentagem por serem bons presidiários,por meu,eles têm que ser um bom cidadão aqui fora…não foram,pague os anos aplicados.. lamentável esse país.