O que parecia caminhar para um desfecho triste teve uma reviravolta surpreendente e se encaminha para um final feliz. Na última semana, a prefeitura de Candelária confirmou que protocolou na Câmara de Vereadores um projeto de lei que autoriza o Município a destinar terrenos no bairro Amândio Silva para a Seleção do Bem 8 Instituto Dunga de Desenvolvimento do Cidadão (IDDC) para construir 20 casas a serem doadas futuramente para famílias carentes, cadastradas pela secretaria municipal de Assistência Social e Habitação. Em razão das proibições do ano eleitoral, a entrega efetiva das casas se dará apenas no próximo ano. A seleção dos beneficiados obedecerá critérios de maior necessidade, com preferência para as famílias que tiveram as residências destruídas pela enchente. O projeto segue em tramitação para análise do legislativo.
A negociação sobre as casas foi conduzida pelo coordenador do gabinete de crise, Flávio Karnopp, diretamente com Cintia Marques, que atua como dentista, e trabalha de forma voluntária no desenvolvimento de projetos habitacionais e doações de alimentos, roupas, material de higiene, entre outras demandas, conforme a necessidade dos municípios. Natural de Cachoeira do Sul, a voluntária conta com o apoio do ex-jogador Dunga para desenvolver os projetos na região.
Karnopp salientou que a municipalidade acertou os trâmites legais para viabilizar a doação. Ele lamentou a polêmica criada em torno do assunto, geradas por ruídos de comunicação entre as partes. “A Prefeitura manifestou através de dois ofícios o interesse em receber as casas, e agradecemos as pessoas que se envolveram para materializar a conquista, que vai fazer toda a diferença para 20 famílias”, frisou o coordenador.
Em contato com o JC, a voluntária Cintia Marques destacou que Dunga, que é presidente da Seleção do Bem 8, confirmou a doação das casas para o município. “Referente a Candelária já disponho dos recursos e estou aguardando os trâmites finais com a prefeitura. Assim que me entregarem a documentação que solicitei, as casas serão entregues para as pessoas afetadas pela enchente, com preferência à mães solos, trabalhadores, que tenham filhos pequenos, ou com alguma deficiência”, adiantou a voluntária.
ÁREA – As moradias serão edificadas em terrenos do loteamento Amândio Silva I, nos fundos da Emei Dona Teresa. As residências populares são de madeira, com 35 m2, com banheiros revestidos com PVC, todas mobiliadas com móveis e eletrodomésticos básicos. Todas as despesas referentes à entrega das casas e suas construções serão assumidas pelo Instituto Dunga. Já o município cederá os terrenos e irá se encarregar da infraestrutura básica necessária, incluindo água, energia e esgoto. Nesta semana, a prefeitura de Candelária já iniciou a limpeza da área onde as casas serão instaladas. A secretária de Assistência Social e Habitação, Jaqueline Macedo dos Santos, confirmou que o município já está preparando os terrenos e deu início aos processos de licitações com a secretaria de Planejamento para as obras de infraestrutura.
