Clima favorece e safra do milho deverá ter alta produtividade

O mercado está aquecido e a saca do cereal é comercializada por um valor superior ao de 2018

0
Lavoura de milho em Candelária. Área dedicada ao cultivo cresceu em todo o Rio Grande do Sul. Foto: Matias Ramos/Arquivo JC

O mês de fevereiro é de suma importância para a cultura do milho em solo gaúcho, pois representa o período de maior avanço da colheita do cereal. Segundo a estimativa mais recente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar), em torno de 30% das lavouras do Rio Grande do Sul já passaram pelo processo.

Como naturalmente acontece com outras culturas, algumas regiões estão mais adiantadas que outras. Um exemplo é a região Norte, onde mais de 80% da produção foi colhida até o momento. De maneira geral, as condições das lavouras são consideradas boas, exceto aquelas atingidas pelas enchentes históricas registradas em janeiro.

Em Candelária, o processo ainda está no começo. Apenas 8% das lavouras foram colhidas. Apesar da relevante presença, o milho segue perdendo para a soja por causa da estabilidade dos valores da oleaginosa. Nesta safra, a área plantada será de 6.146 hectares, com 50 a 70 mil unidades em cada um. De acordo com o técnico agrícola e chefe da Emater/Ascar Candelária, Sanderlei Pereira, a produtividade deverá ser excepcional por conta da alta regularidade das chuvas ao longo dos estágios de desenvolvimento da planta. Diferentemente de outras culturas, o milho precisa de muita água para se fortalecer.

Longa semeadura

A semeadura se estendeu de 1° de agosto a 31 de janeiro. Esse período prolongado se deve aos diferentes tipos de solo e suas particularidades, assim como às variedades do grão. Uma característica da cultura do milho é a realização de dois plantios ao longo do tempo mencionado conhecidos como “Safra do Cedo” e ” Safra do Tarde”. Conhecida como plantio das águas, a primeira ocorre entre os últimos meses do inverno e às vésperas da primavera. A outra é realizada somente após o final do plantio do fumo, cultura com a qual o espaço é dividido na maior parte das lavouras candelarienses.

Produção vai propiciar bons negócios

Segundo Sanderlei, a expectativa é de que a produção média no município seja de 5.400 kg por hectare. Em síntese, o rendimento de cada lavoura girará em torno de 90 sacas de 60 kg. As boas perspectivas da temporada se estendem igualmente para o preço praticado pelo produto. Na safra passada, a saca de 60 kg foi comercializada, no máximo, a R$ 28,00. O clima não ajudou tanto quanto agora e isso refletiu no mercado. Para 2019, o valor está estabilizado em R$ 32,00 e deve, no mínimo, permanecer nesse patamar. Talvez, ocorra uma melhora.

Caso o panorama se confirme, será uma das melhores safras da história em todos os aspectos. “A quebra da produção do cereal no centro do país por causa da seca nos beneficiou diretamente, pois os compradores voltaram os olhos para a qualidade da safra gaúcha e a consequente oportunidade de fazer bons negócios. Com o aumento da demanda, o cereal está valorizado e os resultados financeiros dos agricultores serão positivamente influenciados”, analisou Sanderlei.

Uma orientação aos produtores que ainda estão nas fases iniciais é para que invistam fortemente na aquisição de ureia e faça a aplicação correta. Presente no composto, o nitrogênio é um nutriente fundamental para o desenvolvimento do milho e, aliado às excelentes condições climáticas, contribuirá para a manutenção da ampla produtividade.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui