As alterações realizadas pelo governo de Jair Bolsonaro no edital que trata da escolha de livros didáticos e orienta a produção dos exemplares pelo mercado editorial foram suspensas. No dia 02 de janeiro, a nova gestão havia feito uma retificação no documento. Quando se tornaram públicas, na tarde desta quarta-feira (9), a repercussão negativa foi imediata.
Entre as mudanças, estavam a liberação de anúncios publicitários e erros de revisão, bem como a ausência de referências bibliográficas. Além disso, não seria mais obrigatória a presença de conteúdos que retratassem a diversidade étnica, cultural e social do país e a discussão de temas como violência contra mulher. As críticas partiram principalmente das editoras ( preocupadas com os prejuízos eventuais de uma reprovação pois já haviam enviado os materiais para avaliação) e uma parcela de estudantes e professores.
Algumas horas depois, já no começo da noite, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, fez o anúncio oficial da suspensão e culpou o governo de Michel Temer pela confusão. No texto, a justificativa se dá pela “detecção de erros no documento cuja produção foi realizada pela gestão anterior do MEC”. Ao finalizar, o ministro disse que “a pasta reitera o compromisso com a educação de forma igualitária”.
Os livros didáticos serão distribuídos aos alunos do 5° ao 9° ano das escolas públicas em 2020. Vale destacar que o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é muito elogiado em todo o Brasil e até fora do país por conta da rigidez na escolha das obras e na revisão de cada página. Com a anulação, o processo seguirá os moldes atuais.