Excesso de chuva atrapalha o plantio da soja

O mês de novembro registrou precipitações superiores a duzentos milímetros, o que impediu a finalização do processo

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O plantio já foi concluído em cerca de 80% das lavouras do município e deve ser encerrado até o Natal. Foto: Adalton Siqueira/Agrican

O fim do ano é de muito trabalho para os sojicultores. Afinal, o plantio da soja já se aproxima dos 90% no Rio Grande do Sul, que é o terceiro maior produtor da oleaginosa no país. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), o Estado deve produzir mais de 18 milhões de toneladas nesta safra, um volume 5% maior do que no ano passado.

Consequentemente, a área plantada também será ampliada. Cerca de seis milhões de hectares serão cultivados, o que representa uma variação positiva de 2,3% se comparada à safra 2017/2018. A avaliação da Emater/RS-Ascar é de que as lavouras estão em pleno desenvolvimento, com germinação satisfatória das sementes, especialmente por conta das recentes chuvas.

Igualmente, não há registros de pragas e o controle de plantas invasoras se mantém com eficiência. Nas principais áreas produtoras, a opção é pelo grupo de espécies cuja principal característica é a maturação precoce, ou seja, nas quais as a planta cresce em ritmo acelerado.

Segundo levantamento divulgado na última sexta-feira (30), o preço pago ao produtor pela saca de 60 kg varia entre R$ 69,00 e R$ 78,00. A média está em R$ 73,31 e recuou nas últimas semanas. Esse fenômeno ocorre devido ao impasse comercial entre os Estados Unidos e a China, dois grandes compradores do produto.

Plantação

Candelária é um dos 39 municípios englobados pelo escritório regional da Emater de Soledade. O volume de produção nas cidades deve superar as 421,3 toneladas, um aumento de 3% em relação à safra de verão anterior. Cada hectare deve render quase 3,3 mil quilos.
Embora o fumo domine as lavouras candelarienses, a área destinada ao cultivo da soja cresceu nos últimos anos. Enquanto que na safra 2015/2016, foram semeados 17 mil hectares no território municipal, o número subiu para 19 mil hectares no período 2017/2018. De acordo com o engenheiro agrônomo da Agrican, Adalton Siqueira, a área plantada na atual safra deve ser a mesma, pois a limitação do espaço barra, de certa forma, a ampliação da cultura.

Semeadura atrasada

No que tange ao plantio, a estimativa é de que esteja em 80%. O processo já deveria estar completo, porém as fortes chuvas de novembro prejudicaram a semeadura. Se há excesso de umidade, o desenvolvimento da soja fica comprometido.

Os dados da Agrican indicam que choveu 252 milímetros na cidade no mês passado, muito acima da média histórica dos últimos 20 anos, que foi de 177 milímetros. Cerca de 10% das lavouras terão de ser replantadas por causa da adversidade climática, pois ocorreu o tombamento da planta, causado pela proliferação do fungo.

Dessa forma, o custo de produção se torna oneroso por causa da necessidade de repetição do plantio. Por conta do relevo, algumas lavouras já estão mais desenvolvidas do que outras, visto que as terras mais altas costumam sofrer menos com as chuvas, se comparadas com as baixas.

Uma das preocupações do produtor deve ser direcionada para a prevenção da Ferrugem Asiática. A doença ataca a soja no início da fase reprodutiva, segundo Adalton. Por isso, é fundamental a aplicação de fungi-cida o mais breve possível, preferencialmente antes do fechamento das entrelinhas da planta.

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