
O vereador mais votado nas eleições deste ano foi Rogério Gomes da Silva (PSB), de 46 anos. É bem provável que, falando assim, poucas pessoas reconheçam quem foi o rosto de candidato a vereador mais visto nas urnas eletrônicas no domingo (15). No entanto, quando se fala em Rogério Negão, que é a mesma pessoa, o cenário é outro. Quem nunca ouviu falar do Negão da Saúde? É justamente ao carinho e reconhecimento que constantemente recebe das pessoas que atende no Pam Central que Negão atribui a grande votação conquistada.
Também não dá para deixar em branco a campanha, que foi sofrida. Negão foi incansável, na tentativa de visitar todas as localidades do município. A mensagem que transmitiu aos eleitores não foi de promessas, mas, sim, de compromisso em fazer o melhor que puder em prol do desenvolvimento do município. Porém, ele tem um carinho especial pela área da saúde e já adiantou que essa será a sua prioridade. “Mas eu não vou deixá-lo esquecer da educação também”, cutucou a esposa, a professora Elisangela.
Aliás, ela garantiu que, como eleitora, vai fiscalizar de perto e será a primeira a cobrar uma atitude correta e digna de Negão. O futuro vereador recebeu 1.172 votos no domingo. Em 2016, quando concorreu pela primeira vez, ele conquistou 454 eleitores. O acréscimo foi de 718 votos ou 158,1%. “Por onde passei, fui muito bem recebido. Não tenho palavras para agradecer”, disse. Aos olhos de Elisangela, Negão é paciente, carismático. Ela acredita que essas características foram importantes para a vitória na eleição.
FUTURO
A partir de 1º de janeiro do ano que vem, Negão terá espaço na Câmara de Vereadores, representando todos aqueles que confiaram nele e, também, aqueles que optaram por outros candidatos. O objetivo dele no Legislativo é continuar fazendo mais pela saúde, pois entende que há um déficit nessa área, em todo o país. O vereador mais votado preferiu não adiantar nenhum projeto, mas afirmou que vai buscar maneiras de aumentar o número de médicos e inscrever Candelária em programas do governo federal.
Ele pretende fazer tudo isso em parceria com a secretaria de Saúde. E por falar em secretarias, Negão declarou que não pretende assumir qualquer pasta no Executivo, pelo menos neste primeiro ano de legislatura. “Vou valorizar os meus eleitores cumprindo papel para o qual eles me elegeram, que é ser vereador”, afirmou.
Acidente despertou vontade de trabalhar pela saúde
Em 2002, Rogério Negão sofreu um acidente de moto, em Santa Cruz do Sul. Com o impacto, fraturou a perna direita em vários lugares, o que deixou sequelas até hoje. A recuperação não foi nada fácil. Foram sete meses em cima da cama. Nos dias mais difíceis, ele prometeu que, quando voltasse à ativa, passaria a lutar por um serviço de saúde de qualidade para todos.
O desejo começou a se tornar realidade quando, em outubro de 2015, foi designado para trabalhar no Pam Central. Lá, a função dele era olhar para quem estava precisando de ajuda, informações, apoio e atender da melhor forma possível. Pode parecer simples, mas é o que tornou o dia e, porque não, a vida de muitas pessoas diferentes.
O apelido
>> Rogério Negão nasceu na localidade de Linha Alta, em uma família de origem alemã. Com isso, aprendeu o dialeto dos colonos europeus ainda criança. Foi também na infância que o apelido surgiu, brincando com outros garotos no interior do município.
>> Quando veio morar na cidade, o apelido veio junto. E, ao entrar na política, por convite do prefeito Paulo Butzge, Negão virou a marca de reconhecimento por onde passa.
