Pandemia extingue 392 empregos em Candelária

Entre abril e junho, município apresentou o menor número de admissões e o maior de demissões do período na sua história

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Desde o mês de abril, município teve 627 demissões em todos os setores. Foto: Arquivo/JC

Entre abril e junho de 2020, período que representa os três primeiros meses de pandemia, Candelária teve o menor número de empregos gerados e o maior número vagas perdidas de sua história, no acumulado dos meses. É o que demonstram os dados divulgados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), na última semana.

Conforme o estudo, 627 pessoas foram demitidas durante a pandemia no município. Na comparação com 2019, os três primeiros meses de existência da doença no município impulsionaram um acréscimo de 51% no número de demissões, contra 415 registradas no ano passado. No primeiro semestre de 2019 ocorreram 838 demissões, já neste ano, as vagas extintas saltaram para 1.094, o que faz de 2020 o segundo pior ano para o emprego e renda, atrás apenas de 2015, em que 1.108 empregos foram perdidos.

Outra questão apontada pelo levantamento é em relação à admissão de pessoas na primeira metade do ano. Até o mês de junho, foram 827 novas contratações, dessas, 578 foram registradas entre janeiro e março, quando ainda não havia pandemia. A partir de então, com a covid-19 afetando tanto a saúde da população como também a economia local, uma queda monstruosa foi apresentada: apenas 235 novas admissões foram registradas, cerca de 30,2% das contratações feitas no ano, e 51% a menos em equiparação com o mesmo período do ano passado.

Ainda, segundo o Caged, os números referentes ao primeiro semestre de 2020 são bem preocupantes. Nos três primeiros meses do ano, Candelária vinha numa crescente e registrou 113 contratações a mais que demissões. Porém, em abril, maio e junho, esse número despencou em mais de 270% e chegou ao saldo negativo de 267 empregos fazendo com que Candelária ostente o segundo pior saldo entre a quantidade de admissões e demissões registradas no Vale do Rio Pardo, atrás apenas de Mato Leitão, que teve a extinção de 677 empregos. Além disso, os dados de 2020, apresentam o menor número de contratações desde 2010 e o maior saldo negativo da história do município.

REGIÃO
Os números divulgados pelo Caged deixam a situação ainda mais calamitosa quando o município é comparado com as outras 16 cidades que integram a região do Vale do Rio Pardo. Nesta comparação, Candelária é a terceira cidade que mais registrou demissões na pandemia de covid-19, com 627, ficando atrás apenas de Venâncio Aires, com 2.709, e Santa Cruz do Sul, com 4.370. Venâncio Aires, porém, teve o registro de mais contratações que demissões o que amenizou a situação.

ALTERNATIVAS
De acordo com a secretária da pasta de Indústria e Comércio de Candelária, Gabriela Butzge, todos os setores foram afetados, desde a indústria calçadista, até outros ramos empresariais e industriais.

Conforme a secretária, desde o início da pandemia, em meados da metade do mês de março, a prefeitura, em especial a secretaria de Indústria e Comércio, vem mantendo contato com empresas do setor fumageiro de outros municípios, como Rio Pardo e Venâncio Aires, na busca da inserção de candelarienses, com contrato temporário de três a seis meses. Desde então, 332 pessoas foram contratadas por essas indústrias, o que, de certa forma, ajuda a balancear o indicadores. “Com essa busca de realocar, tentamos equilibrar a perda dos empregos com a demanda em outros municípios e também na nossa própria cidade”, afirmou.

Alguns dados divulgados pelo Caged quanto aos números de empregos e renda em Candelária:

Na Pandemia
>> Candelária – 235 admissões contra 627 demissões – Saldo: – 392 vagas
>> 3º município que mais demitiu e o 5º que mais contratou na região;
>> Aumento de 51% nas demissões em relação ao mesmo período de 2019;
>> Queda de 26% em contratações comparado com 2019;

Em 2020:
>> 827 admissões e 1.094 demissões
>> 3º município da região que mais demitiu em 2020
>> 2º pior saldo entre admissões e demissões, com 267 empregos a menos, atrás apenas de Mato Leitão, com 677
>> 30% demissões a mais que o registrado em 2019 no mesmo período;
>> Menor número de contratações desde 2010; 2º maior nº de demissões, atrás de 2015.

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