
Após receber pela segunda vez a classificação de bandeira vermelha no modelo de Distanciamento Controlado, os municípios da região de Santa Cruz do Sul (R28), a qual Candelária faz parte, apresentaram novo recurso para tentar garantir a manutenção da bandeira laranja mais uma semana. A estratégia para a revisão da bandeira, no entanto, é diferente da apresentada na semana passada, quando o Vale do Rio Pardo conseguiu revisar a bandeira.
A diferença é que a estratégia foi articulada em conjunto com as regiões de Lajeado e de Cachoeira do Sul, regiões que fazem parte da macrorregião dos Vales. Conforme o governo estadual, a principal causa da mudança para a bandeira vermelha vem de encontro com a situação da disseminação da covid-19 na macrorregião, que engloba as regiões já citadas e o Vale do Rio Pardo, que apresentou piora no número de mortes, casos confirmados, e na disponibilidade de leitos de UTI.
A ideia dos governantes foi de apresentar um recurso alinhado, visto que as três regiões possuem o mesmo argumento para reverter a classificação alta. Conforme o secretário de Administração e coordenador do Gabinete de Prevenção e Enfrentamento à covid-19, Dionatan Tavares, a união é fundamental para a que a reversão seja possível. “Nossa região sozinha não conseguiria reverter para bandeira laranja, por isso, já que a alegação do Estado para a bandeira vermelha tem a ver a capacidade de atendimento da macrorregião dos Vales, vamos tentar essa estratégia”, comentou.
A decisão do governo do Estado sairá no fim da tarde desta segunda-feira (20), a partir das 17h. Caso bandeira vermelha seja confirmada, inúmeras restrições vão atingir o comércio, restaurantes e demais serviços.
MANUTENÇÃO
A expectativa novamente é de que seja mantida a bandeira laranja, mas segundo Tavares, como esta é a segunda mudança seguida para uma classificação mais alta, a manutenção ficou um pouco mais difícil. “Há uma preocupação em relação à economia, mas também para com a saúde das pessoas. Tentamos fazer nossa parte, mas no fim de semana ocorrem fatos tristes, como a aglomeração na Prainha deste domingo, aí fica mais complicado, mas tomara que consigamos reverter”, salientou o coordenador.
Tavares ainda ressaltou que os casos também vem aumentando de forma considerável, mas ainda vê a região com uma situação tranquila na capacidade hospitalar, o que pode ser um fator positivo.
ESTADO
O governo do Estado recebeu 59 pedidos de reconsideração da classificação preliminar da 11ª rodada do Distanciamento Controlado. Municípios e associações regionais tinham até as 6h de domingo (19) para formalizar os recursos.
Os dados e justificativas apresentados estão sendo analisados pelo Gabinete de Crise, responsável por tomar a decisão e divulgar o mapa definitivo, que terá vigencia a partir desta terça (21). Todas as reconsiderações encaminhadas foram de municípios em área de bandeira vermelha.
Nesta rodada, o Estado atingiu o maior número de bandeiras vermelhas desde o início do Distanciamento Controlado, em 10 de maio. Conforme o mapa divulgado na sexta-feira (17), 18 regiões foram classificadas com risco epidemiológico alto da Covid-19. As duas restantes – Bagé e Pelotas – ficaram com bandeira laranja (risco médio).
Na semana passada, foram 63 pedidos de reconsideração após a divulgação do mapa preliminar do Distanciamento Controlado. Em 5 de julho, 37 pedidos. No dia 28 de junho, o total chegou a 67 e, em 21 de junho, primeira vez que o Estado abriu a instância recursiva, foram 30 solicitações.
O que muda com a bandeira vermelha?
Comércio varejista
- Loja não essencial (rua): Fechado – apenas 25% de trabalhadores – funciona apenas por comércio eletrônico/Telentrega e pegue e Leve
- Lojas itens essenciais (rua): 50% de trabalhadores
- Produtos alimentícios: 50% de trabalhadores
- Comércio de veículos: 25% de trabalhadores
- Manutenção e reparação de veículos (rua): 25% de trabalhadores
- Combustíveis para veículos: 50% de trabalhadores
Comércio atacadista
- Não essencial (rua): 25% de trabalhadores
- Itens essenciais: 50% de trabalhadores
Serviços
- Eventos em ambiente fechado ou aberto: Fechado
- Parques e zoológicos: 50% trabalhadores e fechado ao público
- Academias de ginástica (inclusive em clubes): 25% de trabalhadores – atendimento individualizado de uma pessoa por 16 m²
- Clubes sociais e esportivos: 25% de trabalhadores – atendimento individualizado de um atleta por 16 m² – sem público
- Missas e serviços religiosos: Máximo 30 pessoas, respeitado o teto de ocupação
- Bancos, lotéricas e similares: 50% de trabalhadores
- Imobiliárias e similares: 25% de trabalhadores
- Cabeleireiro e barbeiro: 25% trabalhadores – atendimento individualizado com distanciamento de 4m entre os clientes
- Reparação e manutenção de objetos e equipamentos: 25% de trabalhadores
- Contabilidade, consultoria, engenharia, arquitetura, publicidade e outros: 25% de trabalhadores
- Advocacia: 50% de trabalhadores
- Serviços de administração e auxiliares: 25% de trabalhadores
- Agências de turismo e excursões: Fechado
- Serviços domésticos (faxineiros, cozinheiros, motoristas, babás, jardineiros): fechado
- Serviços de limpeza e manutenção de edifícios: 50% de trabalhadores
- Vigilância e segurança: 75% de trabalhadores
- Casas noturnas, bares e pubs: fechado
Alimentação e alojamento
- Restaurantes a la carte, prato feito e bufê sem autosserviço: 50% de trabalhadores e fechado ao público, só para tele-entrega, pegue e leve, e drive-thru
- Restaurantes com autosserviço (self-service): Fechado
- Lanchonetes e padarias: 50% de trabalhadores e fechado ao público, só para tele-entrega, pegue e leve, e drive-thru
- Hotéis e similares (geral): 40% dos quartos
- Hotéis e similares (beira de estradas e rodovias): 75% dos quartos
Educação
- Escolas de idiomas, música, esportes, dança e artes: só ensino remoto
Saúde
- Atenção à saúde humana: 100% de trabalhadores
- Assistencial social: 100% de trabalhadores
- Assistência veterinária: 50% de trabalhadores
Administração pública
- Administração Pública – Serviços não essenciais: 25% dos trabalhadores
- Serviço de habilitação de condutores: 50% dos trabalhadores.
- Serviços públicos essenciais, como segurança e manutenção de ordem pública, política e administração do trânsito, bem como atividades de fiscalização e inspeção sanitária: 100% de trabalhadores
Agropecuária
- Agricultura, Pecuária e Serviços relacionados e produção florestal: 50% de trabalhadores
Indústria da construção
- Construção de edifícios, obras de infraestrutura e serviços de construção: 75% de trabalhadores
Indústria de transformação e extrativa
- Passam a operar com apenas 50% dos trabalhadores, à exceção das consideradas essenciais, como alimentação, bebidas, fármacos e de extração de petróleo e minerais, que têm o teto reduzido de 100% para 75% de trabalhadores.
Serviços de informação e comunicação
- Edição e edição integrada à mídia impressa, bem como de produção de vídeos e programas de televisão: 50% de trabalhadores
- Rádio e televisão: 75% de trabalhadores
Serviços de utilidade pública
- Como Eletricidade, Gás e Outras Utilidades: 100% de trabalhadores
Transportes
- O transporte de passageiros passa a operar com apenas 50% dos assentos da janela disponíveis.
Fonte: Governo do Estado do RS