Korpus cria plano de contingência para tentar retomar atividades

Plano de contingência estabelece protocolos para treinos, entrada no ginásio e higienização

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Braga: “Sou o maior responsável de querer que ninguém se contamine”. Foto: Fernando Cezar/JC

Com mais de 100 dias de atividades interrompidas devido à pandemia de coronavírus, a Korpus Futsal, uma das principais escolinhas esportivas de Candelária, tenta, junto ao poder público municipal, uma retomada controlada dos trabalhos. A volta das aulas tem apoio dos pais, os quais criaram um comitê e auxiliaram na construção de um plano de contingência que foi entregue pela entidade ao Gabinete de Prevenção e Enfrentamento à covid-19, que está analisando o documento.

A ideia de retomada é baseada no que já vem sendo feito em outros municípios, como Santa Maria e Pantano Grande, que já liberaram as atividades das escolinhas esportivas. Além disso, vem de encontro à classificação de bandeira laranja, que significa risco médio de contaminação da covid-19 na região. A bandeira permite o funcionamento deste tipo de atividade. Além disso, o plano criado pelo clube leva em conta o decreto nº 55.240, do governo estadual, que possibilita aos municípios estabelecerem regras próprias para diversas atividades.

Conforme o coordenador e professor da Korpus Futsal, Douglas dos Santos Braga, a partir destes argumentos, a volta das atividades da escolinha depende apenas da liberação municipal, que ainda não foi feita. “Já conversamos com o prefeito e também com o coordenador do gabinete de Prevenção e Enfrentamento da covid-19, agora estamos no aguardo. Temos embasamento científico e um plano de ação e é com base nele que a gente propõe a retomada”, destaca.

PLANO
A entrega do documento, com as assinaturas dos pais dos alunos, como também dos integrantes da comissão técnica, foi feita nesta semana. O plano impõe regras que vão desde a entrada das crianças no ginásio, ao treinamento na quadra e também para a saída do ambiente.

Entre as regras estão a redução das turmas, que anteriormente à pandemia eram atendidas com cerca de 40 alunos por duas horas de treino na categoria correspondente. Agora, os alunos de cada categoria se dividirão em turmas de até 12, divididos, com apenas uma hora de atividade. Além disso, foi adquirido um termômetro infravermelho, que fará a testagem da temperatura de cada aluno na entrada do ginásio, e também um tapete sanitizante para que os atletas façam a higienização dos pés e calçados.

O plano ainda prevê a utilização de álcool gel por todos os alunos na entrada do ginásio e a higienização de todos os equipamentos (bolas, cones, cadeiras, etc…) a cada troca de turma. Também está definida a obrigatoriedade do uso de máscara durante as atividades, assim como do uso da sua própria garrafa de água e uniforme próprio.

Em caso de um aluno apresentar suspeita da doença ou professor, todas as atividades serão suspensas por pelo menos 15 dias. Conforme Braga, a ideia é que os pequenos possam praticar uma atividade física sem que haja risco de gerar um surto. “Eu sou o maior responsável de querer que ninguém se contamine, pois se acontecer de dar algum surto e cinco atletas se infectarem, por exemplo, eu fecho a escolinha, perco reputação e os pais não vão mais confiar em mim”, destaca.

TREINOS
Na retomada, a metodologia dos professores nos treinamentos será alterada. Conforme o professor, no plano de contingência, os coletivos estão descartados, sendo feitos somente treinos individuais voltados à resistência física e treinamento técnico de passe, chute, além de jogadas ensaiadas.

Cada alunos ficará em um espaço da quadra, mantendo distanciamento de dois metros de distância entre os demais. “Vamos poder fazer tudo, exceto atividades que exijam o contato físico com os demais, como drible e os próprios treinos coletivos”, explica Braga.

O retorno das atividades será feito com todas as categorias, dos 6 aos 15 anos, exceto a iniciante, que é com os alunos menores com idade entre de 3 e 5 anos. “Vamos começar assim, se der certo, voltaremos com os treinamentos das equipes que disputarão o Estadual, nas categorias sub-15 e sub-17”, salientou o coordenador.

Escolinha aguarda definição da prefeitura

Conforme Braga, a escolinha tem todas as garantias e também todo o respaldo científico de que pode funcionar. Segundo ele, diferente das instituições escolares, o espaço para trabalhar, com turmas reduzidas, é de cerca de 600 metros quadrados, enquanto que em uma sala de aula seriam 20 alunos em um espaço de no máximo 80 m², além disso, há o argumento de que a permanência seria apenas de 1 hora, ao contrário de um turno escolar, quando seriam 4 horas. Um terceiro argumento leva em conta o deslocamento. Nas escolas, muitos alunos dependem de transporte escolar, o que também não é o caso da Korpus. “Nossas crianças os pais levam, não terá aglomeração em momento algum, então acredito que é possível podermos retornar”, afirmou.

O coordenador do Gabinete de Prevenção e Enfrentamento a covid-19, Dionatan Tavares, explica que tudo depende do plano e de como ele será avaliado. “Entendemos que não podemos descuidar dos regramentos. Todo órgão tem um protocolo de saúde e para cada caso, uma avaliação tem que ser feita. Como atividades como essa vão aumentar a circulação das pessoas, ainda não temos uma posição, vamos pedir parecer da área da saúde e posterior a isso o gabinete dará o parecer final”, expõe.

Confira o que está previsto no plano de contingência:

>> Turmas menores com no máximo 12 alunos, que ficarão 2 metros de distância um do outro;
>> Utilização de termômetro infravermelho na entrada de cada aluno no ginásio;
>> Utilização de tapete sanitizante e álcool gel, para acessar o ginásio e limpeza geral de equipamentos (bolas, cones, cadeiras), a cada troca de turma;
>> Garrafa de água própria, bem como uniforme próprio pra participar das atividades;
>> Obrigatoriedade de uso de máscara para os treinos;
>> Treinos coletivos suspensos, somente serão realizados treinamentos físicos e técnicos;
>> Em caso de algum caso suspeito, todas as atividades da escolinha serão suspensas por no mínimo 15 dias.

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