Uma das épocas que mais leva pessoas ao Cemitério Municipal de Candelária é o Dia das Mães. Neste ano, assim como nos anos anteriores, o final de semana da data comemorativa levou uma boa quantidade de familiares ao local na intenção de homenagear os que já se foram. No entanto, uma situação lamentável, que ano após ano vem chamando a atenção e sendo cobrada pela população, voltou a ser encontrada pelos frequentadores: o descaso.
O local, que há bastante tempo é alvo de reportagens feitas pelo JC, continua com os mesmos problemas de sempre, os quais só aumentam. Furtos de objetos decorativos das lápides são comuns, assim como a invasão de usuários de entorpecentes, que fazem do local, principalmente os jazigos, de moradia. Além disso, há o acúmulo de lixo com objetos diversos, como brinquedos, latas, portas de latão, que possivelmente foram recolhidos de outros locais da cidade por essas pessoas, e ainda cobertores e colchões.
A situação incomodou a professora Lolita Stoll, de 64 anos. No último final de semana, ela foi até o Cemitério Municipal e encontrou uma situação incômoda, para não dizer revoltante. Eram colchões, garrafas pet e muita sujeira dentro de jazigos familiares e entre os túmulos. “Eu cheguei no cemitério e fiquei arrasada com o que acontece lá dentro. Antigamente todo mundo respeitava o lugar, mas de uns tempos para cá só tem piorado, e espero que ações sejam providenciadas o mais rápido possível”, comentou.
VÂNDALOS
Conforme o zelador do cemitério e funcionário da secretaria de Transportes, Obras Públicas e Trânsito, Osmar de Oliveira, os invasores entram, principalmente, pela parte dos fundos do campo santo. “Eles escalam o muro e se escondem no meio das lápides. Nos últimos dias levaram até a cerca de arame que havia no muro, justamente para evitar que eles invadissem”, lamenta.
Além disso, Oliveira comenta que os invasores não respeitam nem os servidores que atuam no local. “Eles tentam nos intimidar, nos ameaçam, ficam de risadinha, e se a gente tenta tomar alguma atitude, corremos o risco de sermos atacados. É uma situação difícil para a gente”, ressaltou. O servidor também conta que não há como conter o vandalismo que ocorre à noite, quando o cemitério está fechado, pois os funcionários atuam apenas até o final da tarde.
FURTOS MAIORES
Além de objetos dos túmulos, os invasores levam também outros materiais. Na metade do ano passado, foram furtadas as portas de alumínio colocadas nos banheiros públicos do cemitério, neste ano, foi o portão de entrada. “Estava de férias, quando voltei encontrei o portão no meio do cemitério. Eles simplesmente levantam do encaixe e levam embora, o outro tivemos que soldar para que não tivesse esse problema. Isso é um desrespeito com o cemitério e com as famílias, não é um lugar para se fazer danos, tenho familiares aqui e isso também é uma situação ruim para mim e causa indignação”, comenta Oliveira.
O zelador destacou que nos últimos dias foi necessário chamar a Brigada Militar para expulsar os invasores. “Dois jazigos estavam ocupados quando chegamos pela manhã, em um deles havia um casal, chamamos a BM e foi só os policiais mandarem retirar todas as coisas deles e virarem as costas, que eles colocaram fogo, aí como vou explicar para os familiares o que aconteceu. É tudo muito triste o que vem ocorrendo”, relatou Oliveira.

Prefeitura busca soluções e inicia obras para minimizar os problemas
A secretaria de Transportes, Obras Públicas e Trânsito vem tentando minimizar os atos de vandalismo no principal cemitério público do município, contudo, qualquer ação mais rápida bate de frente com os investimentos mais urgentes que estão sendo destinados ao combate ao coronavírus.
Conforme o secretário da pasta, Marlon Wohlenberg, a ideia é encontrar e aplicar ações mais incisivas para conter, principalmente à noite, a invasão ao cemitério. “Tenho conhecimento do que vem ocorrendo e nos próximos dias quero sentar e conversar com o prefeito para encontrar uma solução para que a situação seja minimizada. Sabemos que é um momento delicado, e que ações vão depender de custos, por isso estamos estudando como será feito para tomar atitudes”, ressaltou.
Wohlenberg também afirmou que a situação é difícil Houve muitas depredações, atos de vandalismo, e foi necessário até chamar a Brigada Militar para expulsar os usuários do local. “Eles já vandalizaram uma caixa d’água, nesta semana tentaram levar o portão, atearam fogo em colchões e peças de roupas e ainda defecam em meio às lápides. Então estamos tendo gastos com manutenção, por isso queremos definir ações o mais rápido possível”, explicou.
Segundo o secretário, atitudes já estão sendo providenciadas no local. Nessa quinta-feira (14), foram iniciadas algumas reformas, como o aumento na altura do muro do cemitério, onde a antiga cerca foi arrancada. Além disso, a prefeitura está realizando a limpeza de jazigos que foram depredados e ainda investiu na colocação de um novo portão de entrada. “Não estamos de braços cruzados. Pessoas já vieram falar comigo, preocupadas, e esta é a nossa preocupação também. Por isso resolvemos fazer esse trabalho, para tentar solucionar os problemas que há muito tempo vem sendo cobrados pela comunidade”, finalizou o secretário.

O Gostaria de saber do Secretário se já foi gasto todo o dinheiro que veio para combater o Coronavírus e se foi .aonde foi gasto……pelo que consta não. Então vamos fazer algo que realmente dê resultado e deixar de “enrolar” o contribuinte Candelariense ….estamos perdendo o Campo Sagrado para vândalos..!!
Bem diz aquela expressão popular….”quem quer fazer arruma um jeito, quem não quer arruma uma desculpa.”
Lembro que deve ter eleição esse ano ….