Infestação de carrapatos gera alerta à comunidade

Nos últimos meses, alguns bairros da cidade e o interior têm sofrido com a proliferação do parasita

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Cães são um dos principais hospedeiros do parasita e precisam ser medicados em caso de suspeita. Foto: Fernando Cezar/JC

Ele é do tamanho de um grão de feijão e tem gerado incômodo nos fiscais da Vigilância Sanitária, veterinários e na população que vive em Candelária. Trata-se do carrapato, que a cada semana vem aumentando a sua quantidade e se tornando uma praga que atormenta a vida dos animais e até tem afetado a população, principalmente nos bairros mais afastados do Centro, como o Ewaldo Prass, Marilene, e ainda o interior do município.

O aracnídeo é um parasita hematófago e um dos principais vetores de transmissão de inúmeras doenças, sendo a principal delas, a Febre Maculosa, uma doença infecciosa, que se não tratada, pode levar a morte. Em 2019, um caso suspeito da doença foi registrado no município após uma criança ter sofrido uma picada do parasita, mas acabou não confirmado pelos exames. Nas últimas semanas, uma outra criança acabou sendo picada por um carrapato. Ela ainda está em observação e aguarda o resultado da análise que foi enviada ao Laboratório Central do Estado(Lacen), em Porto Alegre.

CUIDADOS
Segundo a enfermeira da vigilância epidemiológica do PAM Central, Melissa Rathke, todo o cuidado é necessário para evitar a propagação, e uma possível contaminação ou picada do carrapato. “Nós sempre recomendamos que seja feita uma limpeza geral nos pátios, especialmente onde há animais, como cachorros, e até de grande porte, como cavalos e gado. Nestes locais é importante que a grama esteja bem aparada, e seja feita a retirada de entulhos e madeiras, locais em que os carrapatos e outros aracnídeos, como aranhas e escorpiões, costumam se desenvolver”, destacou.

Em caso de picada de carrapato, a enfermeira orienta que as pessoas procurem um médico mais próximo para fazer exames e fazer a aplicação de medicamentos para evitar qualquer tipo de contaminação ou alguma doença mais grave.

ALERTA
De acordo com o fiscal da vigilância, Leonardo Santos Ribeiro, o município está com grande infestação e é necessário que a população fique alerta e faça a sua parte para evitar que a situação se agrave ainda mais. “Há muitas reclamações sobre a ocorrência do carrapato no município, por isso sempre que houver algum tipo de contato e grande acúmulo do parasita no ambiente, nos avise, que vamos orientar a melhor maneira de exterminá-los”, relata.

O fiscal ainda reitera que hoje o município não dispõe dos produtos necessários para fazer o combate e o extermínio nas residências infestadas. “Antigamente o Estado nos encaminhava o veneno que auxiliava no controle da praga, mas faz anos que não é enviado mais aos municípios, por isso sempre que há algum tipo de infestação, vamos até a residência e informamos como deve ser feito o combate e o extermínio da praga”, explica.

Seu animal está estranho? É bom ficar de olho!

Uma das principais causas da proliferação e infestação do carrapato é o verão. Assim como o mosquito Aedes aegypti, os pequenos parasitas se reproduzem com mais facilidade na época mais quente do ano.

De acordo com a médica veterinária da agropecuária Agrocande, Layane Zimer, o atendimento em razão de carrapatos tem crescido de forma constante nas últimas semanas, principalmente nos animais domésticos, como cachorros, os quais adquirem diversas doenças associadas ao protozoário de forma mais fácil que em outros animais. A veterinária alerta que os pequenos aracnídeos facilmente conseguem chegar a estes bichos, pois se fixam no pelo e levam às complicações.

Para identificar, se há algum parasita em seu animal, ela explica que os primeiros sintomas são um profundo abatimento. “Eles não comem, não brincam e mudam o seu comportamento, logo depois começam a sangrar na ponta das orelhas, e quando isso ocorre, já é um estado mais crítico, então a recomendação é de levar o mascote ao veterinário mais próximo para fazer a medicação”, ressalta.

VARIAÇÕES
Layane comenta que alguns deles, como o mais comum, o carrapato-vermelho, é questão também de saúde pública. “Eles são animais que se multiplicam muito rapidamente. Uma única fêmea coloca, em seu ciclo de vida, de 1 mil a 3 mil ovos, então é necessário ter um cuidado constante para que eles não se multipliquem”, destacou.

Caso o dono do animal, seja ele de pequeno ou grande porte, queira fazer a retirada do carrapato, pode estar correndo um grande risco. Conforme a veterinária, há a chance do aracnídeo perder a cabeça e ficar com a boca grudada nos animais, o que pode gerar um coágulo ou até um problema maior. “A melhor recomendação sempre é buscar auxílio médico, principalmente nestes casos ou para fazer a aplicação de um pesticida que evita a contaminação no mascote e no ambiente, para não haver risco de intoxicação”, expõe.

 

 

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